terça-feira, 1 de setembro de 2009

Grupo do Gestar II
Angelita Radünz
Cristina Proença
Daniela
Dayane Müller
Dânia Hasse
Débora
Elaine Rosa
Elizangela
Fátima
Geosânia Evangelista
Getúlio Thibes
Jeane
Judite Fleming
Lucimar Maria Rita
Shirley Fagundes
Silmara
Susana Andrade


AVALIAÇÃO DO CURSO

Sinto-me lisonjeada em participar do Gestar II. Praticamente tudo o que estamos estudando, já estudei durante o período acadêmico, mas rever certos conceitos , que são importantes para a atuação do professor em sala de aula, é de extrema importância.
Atribuo nota máxima ao Curso. O material é bastante sugestivo, com atividades excelentes, que garantem o aprendizado dos discentes..
Os encontros são agradáveis, a professora é dinâmica, atenciosa e sempre oportuniza a troca de experiências.
Em relação à duração do Curso, o cronograma poderia ser estendido para um período maior, pois, exige-se bastante leitura, exercícios e aplicação em sala de aula e, considerando que o tempo disponível dos professores é restrito, a realização de todas as atividades exigidas nos tornam exaustivos.

COMO ME TORNEI LEITORA

Há muito tempo, um livro, como uma luva, caiu nas mãos de uma garotinha ansiosa por adentrar no mundo das sílabas, das palavras..., da leitura.
Lembro-me, tinha cinco anos, recebi um livro de presente da minha mãe. Fiquei encantada com a história da Chapeuzinho Vermelho. Ela foi uma das minhas inspirações para "viajar" através do mundo da leitura.
Quando o recebi, não sabia ler as palavras, mas fazia a leitura através das imagens.
Aprendi a ler com o meu primeiro professor. Fiquei feliz quando consegui ler sozinha. Lia tudo o que estava ao meu alcance. Livros, infelizmente, não tive a oportunidade de ter muito acesso naquela época, pois na escola não havia biblioteca e, as condições financeiras de meus pais também não permitia a compra excessiva de livros. Sempre que recebia um de presente, sentia-me extremamente feliz.
Com sete anos, eu e minha família nos mudamos próximo ao centro da cidade de Jaraguá do Sul e assim, tive a oportunidade de estudar em outra escola que havia uma estrutura melhor.
Na época, não havia as chamadas "aulas de leitura", o incentivo por parte dos professores era pouco, mas como sempre gostei de ler, lia bastante. Tudo o que caia nas minhas mãos eu lia.
No Ensino Médio, fui estudar num colégio particular com uma biblioteca ampla. Tornei-me uma frequentadora assídua. Lia, praticamente, um livro por semana.
Hoje, um dos meus "hobbies" preferidos é curtir uma boa leitura. Leio diariamente e incentivo os meus dois filhos a fazerem o mesmo e, pelo jeito, farão "grandes viagens" através do universo literário.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Minha história

Lá pelos idos de 1973, com cerca de 6 anos, era menina feita. Minha vida se resumia em auxiliar minha mãe em pequenas tarefas domésticas, brincar com brinquedos imaginários, outros criados com sucatas e o mais emocionante: observar, pela janela, meus irmãos mais velhos , de chinelos e bolsas de pano confeccionadas em casa, irem à escola.
Imaginava-me na sala de aula rindo, conversando, estudando, lendo diferentes histórias... Sentava num velho sofá e via-me escrevendo, palavras, formando frase, escrevendo como gente grande. Pegava um livro de contos de fadas "Chapeuzinho Vermelho", o único que eu tinha acesso e fazia de conta que estava lendo, inclusive com movimentos dos lábios para melhor "enganar" quem estivesse por perto.
Mamãe sempre me olhava, ficava calada, às vezes perguntava o que eu estava fazendo, mas sabia que meu sonho maior era ir com meus irmãos à escola.
Um dia, minha mãe, de forma misteriosa, foi à escola (uma escola pequena, no bairro Garibaldi) conversar com o professor. Pensei que meus irmãos tivessem aprontado alguma travessura. Ao regressar, ela me chamou e disse que tinha uma novidade. Fiquei ansiosa e então, disse-me que a partir daquele dia eu deveria dormir cedo para acordar cedinho. Não me contive e perguntei o porquê. Mamãe, então, falou-me que eu poderia assistir às aulas sem ter o compromisso com o rendimento escolar.
Dei pulos de alegria, abracei minha mãe e disse a ela que aquele era o melhor presente que ela havia me dado.
No outro dia, acordei cedo e entusiasmada para conhecer o professor e aprender a ler e a escrever. Meus irmãos não ficaram muito felizes, certamente, viam-me como um empecilho para executarem suas travessuras no caminho da escola.
Saí de casa feliz, apesar de observar dois garotos emburrados no meu lado. Abracei meus pais e disse a eles que voltaria da escola sabendo ler de verdade.
Ao chegar na escola, meu coração pulsava fortemente. Observei tudo: as carteiras, quadro negro, a estante com alguns livros e cadernos, as outras crianças e o professor. Ao perceber que eu o observava, ele dirigiu-se até mim e perguntou meu nome e o prquê eu queria ir à escola. Falei que queria aprender a ler e a escrever. Ele disse-me que como era uma menina interessada aprenderia facilmente e, naquele dia, era apenas para assistir às aulas. Fiquei maravilhada e me via no lugar dele.
Chegamos em casa, mamãe perguntou-me como foi o primeiro dia. Entusiasmada, disse "já sei o que eu quero ser quando crescer." Meio espantada, ela perguntou: "Não acha que está meio cedo para saber o que quer ser?". Afirmei que queria ser professora.
Minha mãe, praticamente sem instrução, cursou até a terceira série, mas extremamente sábia, disse-me com alegria: "Tudo é possível, desde que as pessoas acreditem e vão em busca de seus sonhos."
A partir desse episódio, a cada dia que passava, a minha esperança de ser professora se fortificava mais, achava o máximo e me espelhava nos meus professores.
Cresci alimentando esse sonho, mas nem tudo acontece do jeitinho que queremos. Aos treze anos tive que começar a trabalhar para ajudar nas despesas de casa.
Meu primeiro emprego foi nas Malhas Malwee no setor de revisão e dobração. Não gostava, mas sabia que iria me ajudar na concretização do meu sonho e permaneci na Empresa por três anos.
Até a 8ª série estudei em escolas públicas. No Ensino Médio, como já trabalhava, comecei a estudar no Colégio São Luís. Lá, naquela época, o Ensino Médio era profissionalizante e o curso que me chamou mais a atenção foi o de Análises Químicase comecei a cursá-lo.
Nessa época, ainda trabalhava na Malwee. Certo dia recebi uma proposta para fazer um teste no laboratório da Duas Rodas. Fui fazê-lo, mas não com muita esperança de conseguir a vaga. Quando cheguei lá, mais precisamente no laboratório, quem me atendeu foi um ex-professor do colégio, o senhor Aldo Maul. Fiquei mais confiante, fiz o teste e na semana seguinte, comecei a trabalhar no laboratório, no setor de controle de qualidade.
No ano seguinte, fiz vestibular para Engenharia Química, passei, mas decidi não cursar. Queria algum curso na área da educação.
No outro ano, já decidida, prestei o vestibular para Letras (Língua Portuguesa e Inglesa). Passei e comecei a estudar na Univille. Trabalhava durante o dia nas Duas Rodas e à noite ia à Faculdade.
Gostava do meu trabalho, mas não me sentia realizada. Permaneci na Empresa quase nove anos, aprendi bastante, principalmente a ser organizada (até demais), pois meu trabalho exigia bastante organização.
Formei-me em 1993 e ainda trabalhava na mesma empresa, fui convidada a assumir a responsabilidade da biblioteca do laboratório, gostei da proposta, pois os livros sempre me fascinaram, apesar de ser uma literatura voltada à área técnica.
Em 1995, "uma porta" que me permitia a adentrar na sala de aula se abriu. Recebi uma proposta da professora Elair Tomazelli para trabalhar no Projeto de Educação de Adultos, no período noturno, no polo que funcionava na Escola Cristina Marcatto. Aceitei a proposta. Continuei na Empresa no período diurno e à noite lecionava. Posteriormente fui convidada a trabalhar também com o Ensino Fundamental (na Escola Alberto Bauer).
Conversei na Empresa sobre a proposta, disse que era na sala de aula que sempre tive vontade de atuar, consegui fazer um acordo e saí na mesma semana.
Meu primeiro dia inteiramente na área da educação foi o máximo. Senti-me feliz porque meu sonho havia se realizado completamente. Já estava ciente dos meus novos desafios que enfrentaria, mas a vontade de enfrentá-los sobressaiu e continuo nessa jornada, certa de ter alcançado o meu objetivo.
Sinto-me realizada e feliz, adoro o que faço. Encontro também problemas, mas encaro tudo como aprendizado.
Sei que a missão de ensinar é árdua, mas não me desanimo, pois encaro a educação como uma reciprocidade de conhecimentos. Assim como ensino aprendo bastante com os alunos.
Às vezes , fico pensando na minha trajetória do tempo de menininha que fingia saber ler até a chegada à sala de aula como professora e percebo que o primeiro comentário do meu professor daquela escola distantee o incentivo dos meus pais foram o suporte essencial para a realização desse sonho,ou seja, do meu sonho.